Alguém já falou que o tempo é a nova moeda. Temos uma relação de amor e ódio com prazos.
Obrigado à preguiça atávica em berço esplêndido. Ela nos deixa mais leves, mais soltos, mais abertos, receptivos, calorosos, pacientes, compreensívos e também mais à toa na vida.
Mas a preguiça entorpece e vicia tanto que a necessidade dilui-se no vazio da existência, o senso crítico esgarça-se e a criatividade atrofia.
Só o tempo que, implacável, escorrega pela vida, é capaz de despertar da deliciosa sedução do ócio. “O prazo, a data, amanhã, amanhã, é para amanhã, e agora meu Deus?” O prazo é uma construção mental que inventamos para sacudir o torpor. Um totem sagrado da criatividade.
Mas tem gente levando isso a sério demais porque o prazo também é inimigo. Ele sacrifica a paz de espírito para hipervalorizar a produtividade. “Se você não é capaz de fazer nesse prazo, você não presta”.
Se a entrega no prazo é mais importante, para que esforçar-se, começar de novo e de novo, experimentar?
O bom-senso, o santo bom-senso, sumiu atrás das agendas pessoais, da ambição medíocre e da superficialidade das referencias.
Só nos resta improvisar. E tudo bem porque o critério também é improvisado.
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