Odeio caretices de 4 Ks e meio.

Lá vou eu de novo falar da maldição. Autorizar uma campanha de mídia na Web é descabelamento certo.

Tudo por causa da impertinente arrogância dos veículos mainstream da web brasileira.

Ou melhor dizendo, tudo por causa de uma doença mais conhecida como “babaca caretacite”.

Alguns sintomas da babaca caretacite:

Os veículos perseguem e vendem page views. Portanto quanto mais pages views, mais espaço têm para vender. Mas, atenção, page view não significa impressão do banner. Em outras palavras, se a página carregar no browser mas o banner não tiver sido impresso ainda, não interessa, o anunciante paga. Para simplificar ainda mais, se o banner for pesado e demorar para carregar é problema do anunciante e de sua agência e não do veículo. E onde escrevo problema, leia-se responsabilidade. Então, que palhaçada é essa de censurar banners mais pesados?

Quem é responsável, em princípio, pela comunicação do anunciante? Sua agência, pelo menos até a próxima colisão na terra de um cometa oriundo do fundo da galáxia. A agência obviamente não precisa receber aulinha do veículo. Ela sabe o que faz e é a porta voz consciente do seu cliente. Se a agência diz que seu cliente prefere pagar por uma taxa mais desfavorável entre página vista e impressão do banner, que trapalhada é essa de censurar banners mais efetivos para a comunicação do cliente?

Outra: todos estão carecas de saber que as taxas médias de cliques em banners estúpidos de 4 Ks e meio estão rastejando vergonhosamente. Em alguns casos, pouco se me dá se o banner vai ou não ser clicado. A estratégia é de fazer imagem de marca embora seja altamente discutível que aqueles tijolinhos ridículos possam agregar alguma coisa à imagem de uma marca. Mas e se estivermos falando de varejo ou serviço? O banner precisa ser clicado sim e o anunciante mede resultados por cliques e não impressões. Pois então, se os veículos não cobram por taxa de cliques, que estupidez é essa de censurar banners que realmente motivam o usuário a clicar?

Lanço aqui um desafio a qualquer diretor de arte, qualquer designer, qualquer redator, qualquer diretor de criação, qualquer mortal comum: crie e veicule um banner de 4 Ks e meio. Se você conseguir ter uma taxa de cliques comprovadamente maior do que 5%, venha aqui, me jogue isso na cara e você tem altas chances de ser contratado. Mas, duvido que alguém com talento mesmo tenha o saco de criar para esse formato de demente.

E para concluir, o mais grave de tudo é quase ideológico. Querem nos vender uma imagem de propaganda na Web consolidada, com números confiáveis e principalmente formatos definidos. Falam de webvertising como se fosse de uma mídia com grande penetração e alta efetividade. Em cima desse discurso, posam de doutores da lei. Posam de experientes. Mas que raios! Será que todo mundo enlouqueceu? De onde vem essa rigidez, essa empáfia? De onde vem essa caretice?

Quando nos devolvem argumentos do tipo “o usuário médio usa micros obsoletos” eu tenho vontade de responder que devemos urgentemente fazer uma campanha nacional de sucateamento das carroças. A velocidade desse fim de milênio é outra. Microcomputador não é um bem durável. Muito menos as conexões.

O que esses fariseus da mídia web não perceberam ainda é o que estão perdendo com tantos arreios tecnológicos. Isso se não forem arreios psicológicos ou intelectuais.

Porque só existe um antídoto à “babaca caretacite”: a aposentadoria.

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