Coitado do ponto de exclamação. Ele raramente reina soberano numa frase, como recurso de ênfase. Para muitos até, sua função é dispensável, vide abominada.
Mas ele tem seus defensores que não pestanejam em apelar para a solidariedade, colando-lhe outros de seus semelhantes.
O efeito, solene e ruidoso, transmuta a exclamação em sustentação acentuada, traveste o mais banal dos argumentos em tese irrefutável.
Um ponto de exclamação chama atenção; dois, muita; e com três, o mais prosaico dos lugares comuns vira quebra de paradigma, revolução performática, iluminação transcendental.
Nada mais normal do que, nesse momento de ufanismo extemporâneo que nos acomete, nada mais esperado do que nessa fase de esperança dos outrora desesperados, nada mais óbvio nesse Brasil cheio de maiúsculas e muitos S, do que vê-lo, colossal, coroar os discursos e os briefings.
Não é a toa que o ponto de exclamação é o maior amigo do power point, pululando nas conclusões e super-excitando as obviedades.
Essa informática à prova de analfabetismo funcional é a verdadeira inclusão corporativa dos idiotas funcionais.
rss ave..muito bom. já tinha me chamado a atenção. é muito feio, meio vulgar.
Big meeting tomorrow. Time to draw for the Power Point…