Cultura é uma palavra difícil. Mas a sua definição mais comum é discriminatória. Não existe cultura sem “descultura”, só existe “culto” se houver “inculto”. Cultura não tem conotação negativa. Cultura é elevação. É sublimação. É idealização.
Um seringal da Malásia, ordenado e produtivo, é uma cultura. A floresta amazônica com suas seringueiras esparsas não são culturas. Os seringais do Brasil são acidentais, improváveis, dados. Cultura é premeditação, planejamento, organização, técnica, método.
Cultura tem valor. Dom, não.
Os caras que se mataram para trazer pedra do fim do mundo e ergueram as pirâmides no meio do deserto tinham uma cultura. O índio, que cata as penas da arara e espeta num cocar, não tem cultura.
Quem rala tem valor. Bumbum pra lua, nem.
Se só cultura tem valor, então só cultura tem preço. O resto, o que vem de Deus, é de graça.
Mas não é nada disso.
Preço não é fator de esforço, mas de demanda. Vale quanto pedem, e não quanto pesa. Vale o que troca, e não o que usa. Por isso inventaram a cultura de massa, a popular, aquela que emana do dom divino com ou sem ralação. E a cultura de massa ganhou preço e valor.
A outra, aquela do sangue, suor e ouriço, danou-se. Perdeu valor porque não tem regra econômica que a justifique. Não vale mais nada.
O fatalismo é uma merda.
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Improviso vale mais que trabalho – http://www.alphen.com.br/2010/08/25/impr…
Vivo para encontrar uma forma de inverter essa merda. Um abraço.
Tem gente tentando. Tem que ter coragem e principalmente desapego. O que não significa abandonar tudo… Bjsss, estou adorando seu blog.