A Internet já provou-se em muitos fronts: ela é eficiente quando é ambiente de transações, quando é comunicação inter-pessoal, quando é informação.
A plataforma que permeia as conquistas do meio é baseada no princípio da “simplificação”. Se a Internet existe para simplificar as transações, a comunicação inter-pessoal e a informação ela não deve, portanto, negar seu propósito. Portanto a Internet deve ser simples.
Opto deliberadamente pelo generiquês e por isso falo em Internet no mais autêntico estilo “me faz uma Internet aí!”. É pura opção simplificadora.
No entanto, quando a Internet é veículo de comunicação ou mídia na assepção do jargão publicitário, a constatação de seu sucesso é mais difícil.
Quando falamos de propaganda, parece que quem usa a Internet para essa finalidade teima em confundir “simple” com “stupid”.
Os motivos são diversos mas o mais evidente de todos é a sintomática tendência de entender o meio como um apêndice purulento das mídias de massa. É constrangedor, portanto, perceber os soluços do meio Internet que balança cronicamente entre tentativas visionárias e contundentes de usar o meio valorizando a interação e as recaídas de passividade estéreis.
Enquanto o meio Internet for usado para imitar de forma tosca e débil os recursos de outros meios, ele será estúpido e portanto dispensável. Pior do que isso, cada vez que o consumidor visita um site desses ele percebe com clareza que a marca valoriza sua passividade, sua ausência de inteligência. Pior ainda, quando o consumidor do meio Internet, acostumado com um tratamento que se esforça pela interação e participação, dá de cara com uma estratégia de marcha a ré sem satisfação, ele reage ou coroa a iniciativa de uma indiferença sem retorno.
Quando será que irão perceber que a comunicação transcende a propaganda muitas vezes esquizofrenicamente dependente das flutuações mercadológicas? Quando vai cair a ficha que as marcas, ao comunicarem-se com seus consumidores, assumem compromissos que transcendem os atributos físicos ou de imagem dos produtos? Compromissos de conteúdo, de entretenimento, por exemplo. E na Internet, mais do que em qualquer outro veículo, de interação.
Sempre que confundem estupidez com simplicidade, lembro-me de um colega que dizia, inocentemente, que a Internet não é boa para veicular filmes.
E isso acontece na publicidade on-line.
Sempre que confundem estupidez com simplicidade, sinto-me pessoalmente ofendido e derrotado pela perniciosa e gananciosa preguiça que contamina um ambiente outrora brilhante e inquieto.
E isso também acontece em alguns sites.
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