Pirataria não é opção, é falta dela

A pirataria é tema favorito.

A desavergonhada cópia safada, sem pagar direito pra ninguém, sem pedir licença, sem se identificar e ainda por cima modificando, adulterando, cagando o conteúdo. Esse cancro das sociedades organizadas, essa pedra no sapato de instituições seculares, essa parasitaria de heranças. Essa barbárie sem controle, que a Internet abriga e fomenta, com o apoio sem-vergonha dos blogueiros bolcheviques, anarquistas e hereges!

O ovo ou a galinha: a gente pirateia porque não tem alternativa ou porque a gente é degenerado? Quem fez o mundo fudeu-se?

E se a gente fizesse um esforço de abstração e imaginasse que tem muita coisa que a gente possui sem necessidade alguma. Um livro por exemplo depois de lido (ou antes), empoeira a estante. Um CD, depois de ripado, a caixinha feia vai pro funda da gaveta. Jornal de papel ainda tem utilidade sanitária para o cachorro e revista pra gaiola do papagaio. Tem mais sucata em casa: DVD, jogo, software e documentos, cartão de crédito, caderno , quadros nas paredes. Focos de ácaros, cupim, poeira e  alvo da inexorável senilidade.

Porque todas essas coisas não podem se transformar em assinaturas para ler, ouvir, assistir, jogar, pagar, escrever, enfeitar? Assinaturas on-demand e taylor made são provavelmente mais rentáveis, inclusive.

É, a saída mais fácil para as capitanias hereditárias do direito autoral é cobrar pelos serviços de distribuição digital ao invés de manter cadeias físicas estado de pré-falência.

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