Imaginemos que nosso cérebro seja composto de compartimentos independentes, gavetinhas à nossa disposição para serem abertas e fechadas quando assim desejarmos.
Para simplificar, vamos supor que só existam duas: a gaveta de miudezas do nosso cotidiano, administrada pelos nossos reflexos, nossos valores, nossas picuinhas, nossos sonhos, nosso todo dia; e a nossa gaveta comercial, gerida pelo nosso bolso, nossa carteira, nossa grana, nossa falta de grana, nosso excesso de grana ou nossa possibilidade de mais grana.
Quando estamos assistindo à novela na televisão, a gente está com a gaveta das miudezas abertinha, alimentando-se ávida ou sonolentamente dos dramas, das graças, das sabedorias. Daí vem o “plim-plim”, que nos ajuda a rapidamente fechar essa gavetinha e abrir a outra, a do bolso. E pronto, enfiamos ali as ofertas, o novo produto, a mensagem toda emocional ou cheia de graça para comprar aquilo lá que está no pack shot.
Se fosse simples, seria mais ou menos assim.
Só que também aprendeu-se que a propaganda, quando é boa, é capaz de abrir também a gavetinha das miudezas, simultaneamente. É da capacidade que temos de acioná-la, apesar do “plim-plim”, que podemos entrar nos inefáveis impulsos do cotidiano das pessoas. E bingo, vão usar a grana da outra gaveta para encher a gavetinha das miudezas.
E se fosse mais complicado? E se as pessoas não tivessem essas gavetinhas aí? Só tem uma gavetona toda bagunçada em que as coisas da vida se misturam com as coisas da grana.
A má notícia é que é mais ou menos assim mesmo que a gente funciona e é justamente por isso que a propaganda pode ser tão inteligentemente bem-sucedida ou vergonhosamente fracassada.
Mas ainda tem gente que pensa que as pessoas são compostas de vasos não comunicantes e fazem ora propagandas para vender (as tais comunicações de varejo), ora propagandas para emocionar (as tais comunicações institucionais). Nas primeiras, já que estou falando com a gaveta da grana, tem que ter grana. Nas segundas, já que estou na gaveta do coração, tem que ter emoção.
Confuso, né?
Varejional ou Institurejo? – http://www.alphen.com.br/2010/09/14/vare…
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@Alphen Leia meu novo ebook Marketing Digital: Cases de Sucesso nas mídias sociais em http://www.slideshare.net/almirneves/ebo…
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Ponto para o comercial dos Laboratórios Fleury,que explica de maneira simples os motivos RAZÃO e EMOÇÃO.
Muito bom, já está mais do que hora de deixar essa separação burra de lado. Será possível chegarmos lá? Luto todo dia por isso no meu trabalho. Profissional sério mesmo – praticante – nem pensa nesse tipo de maniqueísmo. Quer coisa mais vendedora do que um anúncio emocionante? Tão mais humano. Tão óbvio. Tão raro…
Acredito que se um dia o varejo conseguir fazer e traduzir sua propaganda em uma institucional, as que sempre viveram de institucional vao ter que começar a fazer varejo.
Bem no sentido dado ao título mesmo!
Se existem essas duas gavetinhas separadas, somente a propaganda é responsável por abri-las.
Penso que eu dia não sentirei mais as malevas do dinheiro, do mercado. Palavra mais maldita que essa são poucas.